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Quando sento a minha janelaFumando um cigarro
Tomando uma cerveja
Averiguando os caminhos dos planetas
Sentindo a força das estrelas fixas,
Fico cheia de ideias grávidas.
Minha alma se esparrama pela cozinha
E me toma nos braços.
Dançamos, gargalhamos
Vivemos sozinhas,
Num tempo inominável,
Todas as incontáveis possibilidades
De nossa união.
Mas então,
As estrelas se escondem no horizonte
A cerveja acaba
O cigarro apaga
E as ideias grávidas são abortadas assim...
Do nada.
Minha alma encolhida
Se desvanece na luz mortal da aurora
Como uma vampira virgem.
Nessa hora penso que,
A coisa maior deste mundo
Não é o universo.
A coisa maior que posso conceber
É o nada.
Nele,
Cabe absolutamente tudo.
As danças
As gargalhadas
Os desejos
E a própria vida.
Que de um tudo
Acaba em nada.
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19 comentários:
É a síntese do orgasmo, a explosão de todas as coisas, o estreitamento das possibilidades, por haver somente uma, um átimo de tudo, contido no desejo que despenca e, num segundo, o nada da saciedade, misturado ao tudo que suscitou o ato, o desacato de faltar, logo após tanto haver.
Helcio....
que absurdo
que coisa
vc captou tudo
fala....acontece com vc tbm....né?
Olha vou publicar, pq sinceramente, tá melhor que meu poema.
É simplesmente onde cabe o infinito.Bjos achocolatados
Sandra
minha chocolata....
tinha que ser tua esta resposta tão doce!
E a poesia, saiu.
linda com emoção de quem sabe dizer o que sente.
bjos.
Valquiria
que demais seu coment....a poesia saiu...isso vale muiuto, né?
wal...
primeiro o comentário destacado, é muito bom!
depois, ainda dentro da síntese de tudo, lembro de um budista que me disse: o nada é tudo.
sei exatamente a sensação que se segue ao mirar o infinito, ficamos assim mesmo, como você, tomados de sentidos, de norte e de sentimentos de realização, mas basta sumir uma estrela de nossa vista e voltamos a ser humanos com saudade do tempo em que éramos também a tal estrela.
eu tenho saudade de quando era o nada que fazia parte de tudo.
um beijo, dez beijos, mil beijos...
walkyria,
depois de ler o teu texto, tenho até receio de me sentar na minha janela. é que tendo a levantar os olhos e a tentar perceber que rostos se escondem por detrás do olhar das estrelas; ameaço erguer-me em direcção aos caminhos mas acabo por esperar sempre pelo dia seguinte; as ideias? fumo-as, enquanto a cerveja agita a revolução do sangue. ainda bem que não sei pensar...
um beijo!
"eu tenho saudade de quando era o nada que fazia parte de tudo."
fui antes na escotilha, pra saber quem era essa pessoa, que era praticamente eu, que me leu, me sentiu e ainda me explicou....
e era vc, sempre o meu grande amor
obrigada por tudo, minha irmã
Jorge
que entendimento maravilhoso, esses rostos, o ímpeto de levantar-se e seguir.... e no fim, vemos outro dia nascer igual.
...
gente como vc, me salva dessa inércia...
obrigada por tua amizade e sinceridade
isso é tudo para mim
Isso que é profundidade! Subir ao céu e descer nas profundezas. O tudo e o nada. O vazio a ser preenchido com o prazer e o dom manifestado. Parabéns e ao comentário do Elcio também. Disse tudo! Explosão do orgasmo. Montão de bjs e abraços
disse tudo!
e pouco posso dizer...
um beijo
Elaine
tanto tempo nos une, ntanta vivência. Me alegri tanto quando vc vem aqui e quando vou no teu cantinho. Vc é uma amiga de verdade, amante do amor, da amizade e do belo. Sempre em meu coração.
Esse vazio tem mesmo que ser preenchido como vc disse. Sua sabida querida.
Mina do Cara
me lembro quando entendi que vc era mulher....rsrsrs.
Olha vc disse tudo, bateu em meu coração com fraternidade.
Obrigada!
Walkyria, obrigado pelo destaque ao meu comentário, mas creia que seu texto foi a fonte de inspiração, pois senti a sensação de leveza que somente pássaros e outros seres levitantes experimentam.
Parabéns pela sensibilidade que faz tocar os sinos, aqui e por toda parte.
Uns em frente ao nada se atiram vida a fora, outros poemam, confabulam, trocam os grávidos momentos por asas criativas... gosto de estar aqui te lendo.
Beijos e quando der passa lá por Vidráguas (www.vidraguas.com.br), assim seguiremos cruzando versos.
Carmen.
Tinha lido before, mas não tinha parado pra comentar.
Vc é multifacetada. Ora embebida em candura, ora azeda como limão. Mas, a essência é a mesma! Adoro a Wal poeta e a Wal cronista.
Deve ser a mesma Wal. Uma Wal multimodal, multicultural e multifacetada.
múltiplos beijos
Helcio
you ring my bell
obrigada apor tudo!
Carol
\minha fada, sou multifuncinal. Pc pra todo lado. PC pia de Cozinha e PC micro!
Sou sim azeda como limão e doce tbm, pras minhas queridas como vc.
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